Cidades

Centro de Cidadania LGBTI de SG realiza palestra com profissionais do SUS

A atividade contou com rodas de conversa e debates sobre identidade de gênero. (Foto: Divulgação/Prefeitura de São Gonçalo)

De que forma um atendimento humanizado pode garantir a dignidade no acesso à saúde e políticas assistenciais à população LGBTI? Essa foi a pergunta que norteou a formação realizada pelo Centro de Referência e Cidadania para a população LGBTI de São Gonçalo, voltada para profissionais da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Secretaria de Desenvolvimento Social, na Clínica Municipal Gonçalense, no Mutondo.

A atividade contou com rodas de conversa e debates sobre identidade de gênero, lgbtfobia, a importância do respeito ao nome social e o posicionamento ético dos profissionais da rede na garantia dos direitos da população.

Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e prestes a completar um ano de funcionamento, com mais de 600 atendimentos realizados, o Centro realiza assistência Psicossocial, Cadastro Único, Orientações, Encaminhamentos e Acompanhamentos nos casos de violência e violação de direitos.

Nessa trajetória de escuta e constante diálogo com os movimentos sociais, Júnior Braga, psicólogo e coordenador, afirma a importância da empatia e de um posicionamento ético dos profissionais na execução da política pública. 

"Se colocar no lugar do outro apenas no discurso ainda é um caminho fácil, é preciso se posicionar. Sensibilizar os profissionais da rede e poder ouvir aqueles que vivem e sofrem a lgbtfobia no seu cotidiano é fundamental para repensarmos práticas profissionais mais humanizadas. Nosso objetivo é realizar cada vez mais formações como essa!", afirmou. 

Para dialogar sobre o tema, o advogado Bruno Ferreira conduziu o debate e fez uma reflexão sobre a importância dos movimentos sociais na luta dos direitos da população LGBTI e destacou a necessidade dos profissionais estarem atentos a posturas e falas que endossam comportamentos preconceituosos e que negligenciam a dignidade humana. 

“Todas as nossas conquistas vêm dos movimentos sociais com o poder público, ou sociedade civil com o judiciário. Assim como a saúde, os direitos e respeitos precisam ser universalizados. Todo tipo de preconceito afeta toda a sociedade, e alcança a todos. Uma sigla não vai ser suficiente para abordar as infinitas possibilidades de gênero, mas respeitá-las e reconhecê-las é fundamental na garantia de direitos e na humanização de todos os serviços!", ressaltou. 

Mulher trans e membro do coletivo Sociedade Diversidade e do Fórum LGBTI de São Gonçalo, Thalita Carvalho foi uma das convidadas para a mediação da conversa. Com um depoimento sobre suas vivências e lutas, ela destacou a importância da escuta e do respeito. 

"É muito difícil para a população LGBTI ter acesso à saúde de forma digna, por conta da discriminação, opressão e desrespeito. E a crueldade que encontra, nos negando a dignidade. A população trans vem sendo desumanizada ao longo da história. Romper as barreiras da desumanização é uma urgência. Dignidade é ter o nosso nome respeitado e a maneira como a pessoa se identifica respeitada também!", destacou a ativista. 

Para a secretária de Desenvolvimento Social, Marta Maria Figueiredo, ações como essa marcam uma nova perspectiva sobre o atendimento humanizado. 

"Ter um serviço público de qualidade vai além das boas estruturas. Ser bem atendido, respeitado e tratado com dignidade também são características que marcam um atendimento digno, que preza pelo bem estar e pela saúde em sua forma completa. Temos tido o aval do nosso prefeito José Luiz Nanci na efetivação dessas formações e acreditamos que atividades como essa irão refletir cada vez mais na luta pela dignidade e respeito a todas as pessoas, sobretudo à população LGBTI!", afirmou. 

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